Depois de um verão antecipado, o primeiro fim de semana de abril chega com as chuvas típicas do mês. Mas na cidade dos eventos mil, a animação segue alheada dos humores do clima, como o comprovam estas cinco (bem abrigadas) recomendações. 

Marco Mendonça põe o racismo sob mira no Rivoli 

Começamos com um espetáculo que, depois de esgotar salas noutras cidades, será apresentado no Grande Auditório do Rivoli nos dias 4 e 5 de abril, sexta e sábado, às 19h30. “Blackface”, solo escrito e encenado por Marco Mendonça, questiona se o racismo existe ou não em Portugal, numa mistura de comédia stand up e fantasia, sátira e teatro físico, burlesco e documental. A partir de experiências pessoais do criador e da história do blackface como prática teatral racista surgida nos Estados Unidos da América, a obra aborda casos portugueses do século XXI. A peça é falada em português e tem legendagem descritiva em português e inglês. As entradas podem ser adquiridas nas três bilheteiras do Teatro Municipal do Porto (Rivoli, Campo Alegre e online). 

Galeria Municipal propõe visita guiada e performance 

Do Rivoli passamos para a Galeria Municipal do Porto, onde na tarde de sábado prossegue o programa público das exposições inauguradas a 29 de março. Às 15h00, Francisco Pedro Oliveira e a curadora Isabeli Santiago fazem uma visita guiada a “Forma Primeira” e ao atelier do artista. A participação no trajeto (a pé, de cerca de 10 minutos) é gratuita, mas limitada a 20 pessoas (reservas: galeriamunicipaldoporto@agoraporto.pt). Depois, às 17h00, decorre a primeira das cinco ativações da instalação “Intervalo Temporal” — patente na exposição “Profundidade de Campo”, de Mónica de Miranda —, levadas a cabo por diferentes artistas. Esta performance inaugural chama-se “Contra Ponto” e é da autoria do músico, artista visual, produtor, diretor criativo e curador Tristany Mundu. Podem assistir gratuitamente, sem necessidade de reserva. 

Batalha convida as famílias para um filme-concerto 

Na tarde de sábado, às 15h15, o Batalha Centro de Cinema apresenta uma atuação de Von Calhau! dedicada à visionária Alice Guy Blaché, a primeira mulher cineasta da história. A dupla formada por Marta Ângela e João Alves vai sonorizar obras emblemáticas da francesa, como “Sage-femme de première classe” (1902), “Chien jouant à la balle” (1905) e “La charité du prestidigitateur” (1906), entre outros filmes que capturam a poesia e o engenho dos primeiros anos do cinema. Este filme-concerto integra o Curso de Cinema para Famílias — Gulliver, cujo segundo capítulo explora a evolução da sonoridade cinematográfica. Os bilhetes custam 2,5 euros.  

Programa municipal oferece aulas gratuitas em quatro pavilhões 

Quanto às sugestões desportivas, olhamos desta vez para o Dias com Energia iniciativa semanal promovida pela Ágora nas manhãs de sábado. No Pavilhão Fontes Pereira de Melo há pilates às 09h00, ioga às 10h00 e tai chi às 11h00. No Pavilhão do Viso as sessões são de tai chi às 09h30 e ioga às 11h00. No Pavilhão do Lagarteiro, o ioga começa às 09h30 e o pilates às 11h00. E, finalmente, no Pavilhão Pêro Vaz de Caminha, têm aula de pilates às 09h00 e de ioga às 10h00. A participação, neste e nos restantes sábados, é aberta a todas as pessoas interessadas, mas requer inscrição (até às 17h30 de sexta-feira, no Portal do Desporto). 

Cineclube Sérgio Lopes celebra clássico noir no Batalha 

Excecionalmente, repetimos um cenário nas recomendações para comemorar um coletivo cinéfilo da cidade e um filme incontornável. Às 17h15 de domingo, podem ver (ou rever) “Sunset Boulevard”, de Billy Wilder, filme que assinala 75 anos e foi a primeira obra exibida pelo Cineclube Sérgio Lopes. O grupo, criado há 12 anos e com raízes na Faculdade de Economia do Porto, volta a exibir este clássico do cinema noir, protagonizado por William Holden e Gloria Swanson, numa sessão especial programada em conjunto com o Batalha. A projeção será apresentada por Alberto Castro, Fernando Teixeira dos Santos, Jorge Velhote e Palmira Macedo, membros do cineclube, e contará com a presença do jornalista Mário Augusto. 

Texto: Francisco Ferreira
Fotos: DR