12/08/2022

Porque não aproveitar o verão, e se for o caso, as férias para visitar algumas das exposições ainda patentes nos núcleos culturais do Museu da Cidade? Neste artigo reunimos três propostas que estão já nas últimas semanas de apresentação. O melhor é apressarem-se, antes que seja tarde demais. 


A poucas semanas do encerramento de três exposições patentes nos diferentes núcleos do Museu da Cidade, deixamos a sugestão: porque não percorrer os universos reais e oníricos de autores convidados de diferentes áreas? Porque dia 11 de setembro não tarda, data de fecho destas apresentações, deixamos aqui os motivos pelos quais não podem mesmo perder estas três exposições. Todas têm entrada livre e podem ser visitadas de terça-feira a domingo, entre as 10h00 e as 17h30. 


 

Mouzinho: da Ribeira ao Aeroporto 


Da autoria do geógrafo Álvaro Domingues e do arquiteto Ivo Poças Martins, esta seleção de documentos e registos retrata a história de uma veia fundamental da cidade. A exposição traça um retrato inovador da Rua de Mouzinho da Silveira, na baixa da cidade, do ano de 1872 até à atualidade. Uma viagem que faz cruzar tempos, lugares, cidadãos e práticas urbanas. Da Ribeira a São Bento, a artéria acompanhou as grandes ruturas do seu tempo. Mas hoje, da Ribeira ao Aeroporto, há recentes centralidades numa nova urbanização em curso. É nesta viagem do passado ao futuro que embarcamos, com documentos impressos e audiovisuais para consultar (livremente) na Casa do Infante.  


 

Do Planalto se Dobra a Montanha 


A árvore é o elemento favorito de Maria Capelo e perpassa (literalmente) toda a sua criação. A partir de uma construção visual e semântica, que se aproxima de um trabalho mais poético, o trabalho da artista aborda os dois tempos da paisagem: o geológico, lento e alheio à ação humana, e o presente, onde a fragilidade é uma das marcas dominantes. Numa parceria com a Galeria Zé dos Bois, esta mostra, com curadoria de Natxo Checa e Nuno Faria, pode ser visitada no Triplex, um espaço de três salas onde são concebidos projetos expositivos em parceria ou coprodução. Fica dentro do Palacete Viscondes de Balsemão, paredes-meias com o Teatro e a Praça de Carlos Alberto. 


 

Vento Espesso 


Se Maria Capelo tem uma exposição no Palacete dos Viscondes de Balsemão, a autora “contamina” o Gabinete do Desenho da Casa Guerra Junqueiro com outra reflexão. “Vento Espesso” é um dos reflexos da obra desenvolvida pela pintora nascida em Lisboa, mas neste caso sobre a dicotomia revelar/esconder. A partir de desenhos e pinturas, e tendo a árvore como denominador comum, explora-se a existência ou inexistência de determinado objeto, a sua materialidade e a sua clarividência. Assumidamente secreto “por vocação e convicção”, o trabalho da pintora eleva a luz ao patamar superior, com marcas evidentes no desenho e pintura.  


Texto: José Reis

Fotos: Museu da Cidade

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