05/12/2024

A 10.ª temporada do Teatro Municipal do Porto continua, de janeiro a junho de 2025, a refletir o trabalho desenvolvido na primeira década, mas de olhos postos no futuro das artes performativas no Porto, em Portugal e no mundo.

 

Nos próximos seis meses, os palcos do TMP vão receber 25 espetáculos, dos quais 16 estreias – seis estreias absolutas e 10 estreias nacionais. Regressam ao Rivoli e Campo Alegre coreógrafas consagradas, como Lucinda Childs e Anne Teresa De Keersmaeker, mas também haverá espaço para dar a conhecer o trabalho de criadores nacionais emergentes, como Mafalda Banquart e Marco Mendonça.

 

Um teatro é um espaço que está sempre a mudar”, refere o diretor artístico Drew Klein, que antecipa: “Nos próximos meses, o TMP vai transformar-se num skatepark, num tribunal para um julgamento de bruxaria, num snack bar sul-coreano, nas ruas de Buenos Aires e por aí fora. É nesta abundância de possibilidades que vemos um reflexo da própria vida. Desejamos o familiar, mas também ansiamos pela novidade.”

 

 

Mantém-se a relação com a música, fio condutor da 10.ª temporada e presença destacada nas peças de Benjamin Abel Meirhaeghe's, Lucinda Childs, Anne Teresa de Keersmaeker, Lola Arias e Mafalda Banquart.

 

De regresso ao TMP estão também Carlos Azeredo Mesquita, El Conde de Torrefiel, Jaha Koo e António Afonso Parra/ A Turma. Já pela primeira vez no palco do Rivoli e Campo Alegre estarão Leandro de Souza, Maria Inês Marques, Benjamin Abel Meirhaeghe, Mette Ingvartsen, Zia Soares e Lola Arias.

 

 

Em janeiro assinala-se o 93.ª aniversário do Rivoli com quatro dias de portas abertas à comunidade. De 23 a 26, o público poderá ver, em estreia nacional, “Madrigals” de Benjamin Abel Meirhaeghe's, onde o encenador dá vida aos “Madrigali guerrieri et amorosi” de Monteverdi com uma energia utópica.

 

Serão ainda apresentados “Casio Tone Reprise”, reflexos da vida moderna por Silvia Real & Sérgio Pelágio; e o espetáculo duracional de 12 horas, “The Complete National Anthems of the World”, de Carlos Azeredo Mesquita, onde se ouvem gravações a capella de hinos nacionais.

 

O aniversário do Rivoli é de acesso gratuito, mediante levantamento de bilhete nos dias das sessões, a partir das 10h00, nas bilheteiras do TMP ou na BOL.

 

Também em estreia nacional, “La Luz de un Lago” da companhia catalã El Conde de Torrefiel, para ver dias 7 e 8 fevereiro, no Rivoli. A trama deste espetáculo é tecida pelos fragmentos de vida de personagens que vivem em lugares e tempos diferentes. É sobre amor, trabalho e violência num mundo que colapsa visualmente entre miragens e alucinações.

 

Segue-se a estreia de “O Fim foi Visto”, de Teresa Coutinho, dias 14 e 15 fevereiro, no Campo Alegre. A partir de “Cassandra” de Christa Wolf, a dramaturga escreve esta peça cruzando pesquisa e ficção, elementos históricos e reflexões acerca de desfechos políticos futuros. Com o intuito de pensar o perigoso crescimento da extrema-direita na Europa, Teresa Coutinho cria uma fábula sobre o medo, a passividade e a repetição cíclica de mecanismos de opressão.

 

A primeira sessão das Quintas de Leitura em 2025 acontece a 27 de fevereiro, estando também marcada para 27 de março e 29 de maio.

 

A 28 fevereiro e 1 março, e pela primeira vez no TMP, Mette Ingvartsen apresenta, em estreia nacional, “Skatepark” – uma coapresentação com a Culturgest. Na companhia de um grupo de skaters e intérpretes locais, a coreógrafa explora a velocidade e a energia do movimento sobre rodas. Mais do que um espetáculo harmonioso de proezas virtuosas, “Skatepark” marca a emergência de uma comunidade definida pela persistência e pelo trabalho árduo no âmbito da prática contínua.

 

 

Recuperando uma colaboração antiga, que remonta ao início das carreiras de Meg Stuart e Francisco Camacho, chega ao Rivoli, em estreia nacional, “steal you for a moment”, dias 6, 7 e 8 de março. A coreógrafa norte-americana e o coreógrafo português, fundador e diretor artístico da EIRA, juntam-se para um dueto em palco, inspirados pelas ruínas nurágicas da Sardenha.

 

Dias 21 e 22, no Campo Alegre, destaque para a estreia de “ARUS FEMIA”, de Zia Soares. A encenadora angolana inspira-se nas mulheres guineenses para um espetáculo – ou um sortilégio – que se cumpre em solenidade, onde cenários distópicos são miragens obsoletas.

 

O mês termina com o regresso de Lucinda Childs Dance Company ao Rivoli, dias 28 e 29, para a estreia nacional de “Four New Works”. O primeiro trabalho da bailarina e coreógrafa de 84 anos, em quase uma década. O seu estilo distingue-se por padrões de movimento minimalistas e puros, executados com ritmo e precisão em inúmeras repetições e variações, provocando uma atração hipnótica.

 

Pela primeira vez no TMP, enquanto encenador, Marco Mendonça protagoniza, dias 4 e 5 abril, “BlackFace”. Um solo, uma conferência musical, entre o stand up e a fantasia, entre a sátira e o teatro físico, entre o burlesco e o documental. Partindo de experiências pessoais e da história do blackface como prática teatral racista, Marco Mendonça procura os limites do que pode, ou não, ser representado num palco.

 

Também em estreia no TMP, a encenadora argentina Lola Arias apresenta, dias 10 e 11 abril, “Los Dias Afuera”, pela primeira vez em Portugal. Uma peça de teatro documental musical que narra a vida de seis pessoas a partir do momento em que saem da prisão, cruzando as suas biografias num álbum de histórias imprevisíveis. Será também exibida a segunda parte do filme “Reas”.

 

A 9.ª edição do DDD Festival Dias da Dança realiza-se de 23 abril a 4 maio no Porto, Matosinhos e Gaia. A programação será divulgada em fevereiro.

 

 

O regresso ao Rivoli de Anne Teresa De Keersmaeker, em “Exit Above – after the tempest”, dias 6 e 7 de junho, é um dos destaques da temporada. Nesta peça, a coreógrafa belga volta a explorar a relação entre a música pop e a dança. O ponto de partida é a canção “Walking Blues”, de Robert Johnson, embora a viagem remeta para “Der Wanderer”, de Schubert.

 

A 13 e 14 junho, António Parra estreia, no Rivoli, “O Mundo Mágico do Tudo Bem”. Uma trupe de circo cansada da sua missão, decide trancar as portas durante um espetáculo e tornar o seu público refém. Cansados de usar máscaras, de fugir à realidade e ao que os perturba, estes artistas decidem que há que enfrentar a realidade: a Humanidade falhou.

 

Os bilhetes para os espetáculos da temporada 2025 ficam disponíveis a partir de dia 5 de dezembro, nas bilheteiras do Teatro Rivoli e do Teatro Campo Alegre, e on-line (tmp.bol.pt).

 

Toda a programação está disponível em www.teatromunicipaldoporto.pt.

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