Apresentado entre 6 de setembro e 26 de outubro, o ciclo “Quando o Telefone Toca” inaugura a nova temporada do Batalha Centro de Cinema.
Antes mesmo de o cinema ter voz, já o telefone se fazia ouvir no ecrã. Mais do que um simples adereço ou ícone da modernidade, este aparelho — como já acontecia na literatura e no teatro — teve um impacto profundo na linguagem cinematográfica. Ao conectar e interromper personagens, lugares e tempos distintos, o telefone ampliou as possibilidades narrativas, dando forma a novos tipos de diálogo, suspense e exploração do fora de campo.
Quase 150 anos após Alexander Graham Bell ter proferido a histórica frase “Mr. Watson, come here. I want to see you” — e precisamente quando o iPhone atinge a maioridade legal —, o Batalha apresenta um ciclo que promove encontros improváveis entre telefones analógicos, dispositivos digitais e cinema.
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Um programa que convida a refletir sobre como as tecnologias de comunicação transformaram não só a forma como falamos, mas também como vemos, sentimos e filmamos.
De blockbusters a filmes de artista, de obras clássicas a novas linguagens do cinema contemporâneo, “Quando o Telefone Toca” reúne narrativas em torno de chamadas telefónicas, filmes rodados com telemóveis, e encenações onde a câmara do telefone funciona como uma arma ambivalente — capaz de servir tanto como meio de resistência contra regimes autoritários como instrumento de vigilância, agressão e julgamento na praça publica.

Com curadoria dos cineastas Diogo Costa Amarante e Inês Sapeta Dias, e de Justin Jaeckle, programador do Batalha, o ciclo percorre mais de um século de cinema, atravessando 15 países e três continentes. A programação abre com “E.T.: The Extra-Terrestrial” (Steven Spielberg, 1982) e passa por títulos como “The World” (Jia Zhangke, 2004), “The Pixelated Revolution” (Rabih Mroué, 2012), “Love Affair, or the Case of the Missing Switchboard Operator” (Dušan Makavejev, 1967), e “Tangerine” (Sean Baker, 2015), filmado inteiramente com um iPhone.
Há ainda lugar para o slasher “Scream” (Wes Craven, 1996), a comédia romântica “Pillow Talk” (Michael Gordon, 1959), com Doris Day e Rock Hudson, o cinema português de “Uma Voz na Noite” (Solveig Nordlund, 1998), e as mensagens de dois ex-amantes em “Le Navire Night” (Marguerite Duras, 1979).
O programa completo está disponível em www.batalhacentrodecinema.pt.