Apresentado entre 6 e 31 de maio, “El Futuro Ya no Está Aquí” é o novo ciclo temático do Batalha Centro de Cinema. Com curadoria de Guilherme Blanc e Virginia Pablos, o programa oferece uma perspetiva sobre o processo de libertação de Espanha e sua transição para a democracia.
Durante um período de cerca de dez anos, marcado por grandes transformações sociais e culturais e um sentimento de êxtase e transgressão, uma nova geração atravessou com euforia as mudanças vividas tanto na movida madrilena como em toda a Espanha.
No campo do cinema, realizadores como Almodóvar, Saura, Eloy de la Iglesia e o movimento Quinqui, com o seu foco na delinquência, representaram as margens da sociedade, juntamente com a primeira realizadora feminista do país, Josefina Molina, e as novas expressões de cinema queer e trans, anteriormente proibidas pelo Franquismo.
Através de sessões de cinema com convidados, uma performance e duas instalações, o Batalha oferece uma perspetiva reveladora sobre este período, situado entre 1975 e 1986.
No dia 6 de maio, sábado, é apresentado “Deprisa, Deprisa”, numa sessão de homenagem a Carlos Saura, falecido este ano, seguindo-se uma conversa com a mulher (Eulàlia Ramon) e a filha do cineasta (Anna Saura Ramón), que era também a sua produtora.
No sábado seguinte, 13 de maio, Pilar del Río e Inês Meneses juntam-se para uma conversa após a exibição de “Función de Noche”, de Josefina Molina, obra de culto e um dos primeiros exemplos de cinema verité em Espanha.
Uma semana depois, a 18 de maio, domingo, é apresentada “Vestida de azul”, de Antonio Giménez Rico, obra pioneira do cinema queer em Espanha, à qual se seguirá uma conversa programada pelo Queer Porto com Valeria Vargas.
Perto do final do ciclo, a 27 de maio, o Batalha exibe, ainda, a longa-metragem de estreia de Pedro Almodóvar, “Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón”, símbolo da revolução cultural e sexual da movida madrilena.
No dia de inauguração do ciclo, a 6 de maio, às 22h00, Julia de Castro apresenta, no Bar do Batalha, uma performance com entrada gratuita.
A artista multidisciplinar destacou-se no panorama da música e teatro com o seu inquietante projeto De La Puríssima e tem trabalhado questões ligadas a estereótipos culturais, de identidade e classe.
Para o ciclo dedicado à transição e à movida em Espanha, apresenta uma nova performance que liga voz à imagética e à palavra de obras canónicas deste período do cinema.
O ciclo inclui ainda duas instalações fílmicas de entrada livre: o documentário “Después de…”, dos irmãos José Juan e Cecília Bartolomé, que estará instalado no Foyer da Sala 2, entre 6 e 17 de maio; e “El futuro”, de Luis López Carrasco, que poderá ser visto no Bar entre os dias 26 e 27 de maio.