13/06/2025

Celebrando a ligação existente entre as duas cidades, o artista criou uma intervenção que valoriza a ligação das duas cidades, através dos seus rios e atividades portuárias. O projeto resulta de um convite efetuado ao Programa de Arte Urbana do Porto.

 

Distantes geograficamente, mas mais perto do que se consiga imaginar. As cidades do Porto e de Bordéus, em França, têm, há muito, uma relação histórica e cultural, que se encontra nos rios que banham as duas cidades e as atividades portuárias que foram (e, nalguns casos, ainda são) uma alavanca económica para o desenvolvimento destes territórios, com o vinho como elemento identitário destes dois locais.

 

A pensar nos laços existentes, e de forma a marcar simbolicamente esta união, o Consulado-Geral de Portugal em Bordéus desafiou o Município do Porto, através do seu Programa de Arte Urbana, a intervir num dos espaços do porto autónomo da cidade, mais precisamente o Hangar 36, situado nos Bassins à Flot.

 

 

Perante este desafio, a escolha artística recaiu em Godmess (Tiago Carvalho), que, a partir deste convite, decidiu transformar um espaço cinzento e sem vida numa verdadeira ode às duas cidades, cruzando elementos comuns às suas atividades.

 

Assim, neste renovado espaço, é possível encontrar várias referências comuns, como é o caso da âncora e dos barcos, criando ainda mais esta leitura concertada. Tudo isto, claro, com as cores e as formas que caracterizam a a arte e os trabalhos de Godmess, numa paleta de cores diversificada e que renovaram totalmente aquele espaço.

 

 

Para o artista, “receber nas mãos um projeto desta natureza mais que um desafio ou responsabilidade, é a honra que se sente em representar a nossa cidade, os portuenses, cultura e identidade tão característica que nos define”, admite.

 

A pintura mural criada no Porto de Bordéus funciona, assim, um paralelismo simbólico entre as duas cidades, estreitando os laços que outras iniciativas já encetaram anteriormente.

 

 

O mural acompanha, numa linha orientadora, o rio e o mar, que foram alavancas muito fortes do desenvolvimento das duas cidades. Nesse percurso vão surgindo elementos como o vinho do Porto e de Bordeaux, que são produtos de referência mundial e que caracterizam as duas cidades”, evidencia Godmess.

 

“Conceptualmente, e para unificar ainda mais essa linguagem comum, foram utilizadas duas cores ao longo da obra, que têm o nome das duas cidades: o azul característico do Porto, e o vermelho bordeaux, que é um bordô, e que associamos àquela cidade”, resume o artista.  

 

 

Este projeto, já finalizado e que pode ser apreciado neste espaço singular, foi um convite do Consulado-Geral de Portugal em Bordéus à Câmara Municipal do Porto e contou com o apoio do Porto de Bordéus, da associação Les Vivres de l’Art e da empresa Carmo Wood.

 

Texto: José Reis

Fotos: Diogo Silva / DS Motion Frames

Ver também
Notícias