30/04/2025

Entre maio e julho, o Batalha Centro de Cinema prossegue a sua missão de promover e dar a conhecer o cinema português através do programa Seleção Nacional, desta vez sob o mote “Causa de Morte: Amor”.

 

Com uma seleção de quatro longas-metragens realizadas entre os anos 1980 e o início do século XXI, o programa, com curadoria de Carlos Natálio (professor e crítico de cinema), Joana Gusmão (produtora e programadora) e Luísa Sequeira (cineasta e programadora), propõe uma reflexão sobre as várias formas de amor retratadas na história do cinema nacional — paixões trágicas, interditas, disfuncionais e violentas.

 

A abrir este novo capítulo de Seleção Nacional, a 7 de maio, pelas 19h15, será exibido “Frágil Como o Mundo” (2001), de Rita Azevedo Gomes. Influenciado pela poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen e pela pintura romântica, o filme apresenta a história de dois jovens amantes que, diante da ameaça de separação, se refugiam na natureza numa tentativa de preservar a pureza do seu amor.

 

 

A segunda sessão decorre a 28 de maio, também às 19h15, com a exibição de “Onde Bate o Sol” (1989), de Joaquim Pinto. Ambientado no interior rural de Portugal, o filme acompanha duas personagens que enfrentam o peso do silêncio e da repressão emocional, construindo uma narrativa sutil sobre desejos não cumpridos e amores condenados.

 

A 18 de junho, à mesma hora, será apresentado “Solo de Violino” (1990), de Monique Rutler. Inspirado num caso verídico, a obra retrata a história de Adelaide Cunha, mulher da alta sociedade lisboeta que se apaixona por um homem mais novo e de classe social inferior. O conflito resultante culmina num internamento forçado, num retrato contundente sobre desigualdade de género, poder e loucura institucionalizada.

 

 

A encerrar o ciclo, a 2 de julho, pelas 19h15, será exibido “O Rio do Ouro” (1998), de Paulo Rocha. Com interpretação de Isabel Ruth, a obra aborda uma paixão marcada por ciúme e vingança, onde a intensidade emocional conduz ao crime.

 

Através desta seleção, é proposta uma leitura transversal do amor como força transformadora e, por vezes, destrutiva no cinema português, refletindo sobre as formas como os afetos, os interditos e as convenções sociais moldam as narrativas cinematográficas e a identidade cultural do país.

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