28/01/2025

Transculturalidade e conhecimento serão os conceitos orientadores do arranque da nova vida que irá nascer no Matadouro – Centro Cultural do Porto. Certo de que "a arte e os objetos de arte são o mapa da vida humana no qual o Museu das Convergências nos convidará a mergulhar", o detentor da Coleção Távora Sequeira Pinto reforça a ideia de "melhores museus, melhores pessoas, melhor mundo".

 

No debate onde o Executivo aprovou, por unanimidade, o contrato de comodato da coleção e a criação do Museu das Convergências no espaço do antigo Matadouro Municipal, em Campanhã, Álvaro Sequeira Pinto partilhou "que abrirá a coleção a novos diálogos, a colocará à fruição e serviço do público e a submeterá abertamente ao mundo e à ciência." Recorde-se que, até ao momento, a coleção nunca foi mostrada de forma integral.

 

Considerada, no panorama nacional, "única na sua abrangência e idiossincrasia", é constituída por 1.800 peças de escultura, mobiliário, cartografia, desenho, pintura, têxteis, joalharia e prataria, porcelanas e faianças, "incidindo especialmente na expansão seiscentista portuguesa a Oriente, e cobrindo, igualmente, outras zonas geográficas, como as Américas, destacando-se ainda núcleos de arte europeia antiga, tardo-medieval, primitiva e renascentista".

 

 

Álvaro Sequeira Pinto admite o caráter "sobretudo emocional" do ato de colecionar, mas considera que este se "torna mais racional com as ciências que lhe dão consistência e organização e lhe são fundamentais, sobretudo em espaço museológico e público, o que vai acontecer com este passo fundador do Museu das Convergências".

 

Defendendo a "educação pela arte, que é um dos papéis fundamentais dos museus", o colecionador acredita que o conjunto de peças que serão exibidas no Matadouro "ajudará os povos a conhecerem-se melhor".

 

Nas palavras de Álvaro Sequeira Pinto, "a partir do Porto, o Museu das Convergências será um museu de arte, vocacionado para o estudo e exposição de bens culturais e artísticos relacionados com os processos de transculturalidade da arte e as histórias da arte conectadas como resultado das mobilidades humanas e da transferência de conhecimento entre culturas".

 

Museu das Convergências abrirá no início de 2026

 

"É um museu de vocação global, que privilegia as transformações que decorreram a partir de processos de transferência e circulação da arte, da cultura, do conhecimento, da ciência e a sua relevância na construção do mundo moderno e no contexto das sociedades atuais", acrescenta.

 

No debate, o presidente da Câmara garantiu que "não tem havido grande atraso na obra", certo de que "a Mota Engil vai cumprir connosco" e a parte do imóvel que será gerida pela autarquia "será entregue nos próximos dias".

 

Ainda assim, com os contratempos com o Tribunal de Contas, "que obrigou o anterior Governo a alterar a lei", e resolvidos os constrangimentos relativos ao muro de suporte que medeia o Matadouro e o Mercado Abastecedor e à passagem superior, com a Infraestruturas de Portugal, "não é provável abrir o museu antes de janeiro de 2026", apesar de os projetos estarem em curso.

 

Texto: Porto. 

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