Nesta sexta-feira, 26 de maio, Luis Parés, diretor da Cineteca Madrid, e o curador Óscar Faria apresentam “Arrebato”, de Iván Zulueta, filme de culto da movida espanhola. A sessão, às 21h15, inclui ainda a curta-metragem “Masaje”, também da autoria do visionário cineasta espanhol.
“Arrebato”, clássico de Zulueta, conduz os espectadores numa odisseia surrealista em que cinema, drogas e vampiros se intersetam: uma viagem metacinematográfica sobre a busca de um arrebatador estado de êxtase.
O filme, à frente do seu tempo, é um marco da movida, e representa um momento definidor na contracultura pós-Franco, que influenciou uma geração de realizadores espanhóis — incluindo Pedro Almodóvar, que o proclamou como o seu filme de terror preferido, caracterizando-o como um “absoluto clássico moderno”.
Por sua vez, “Masaje” capta um dia de programação da televisão espanhola, acelerada e filmada diretamente do ecrã, no dia do desfile da vitória — uma exibição militar realizada em Madrid pelo governo do general Franco para comemorar a vitória na guerra civil.
Em apenas três minutos, apresenta um conjunto vertiginoso e cativante de anúncios de champô, telefilmes, reportagens sobre festivais populares, e subtis imagens do imaginário franquista. Contudo, a produtora previu problemas relacionados com a censura e bloqueou a estreia do filme.
A sessão integra o ciclo temático “El Futuro Ya No Está Aquí: Da euforia à desilusão na Movida e Transição Espanhola (1975–1986)”.
Com curadoria de Guilherme Blanc e Virginia Pablos, o programa oferece uma perspetiva sobre o processo de libertação de Espanha e a sua transição para a democracia.