Durante três dias, o Porto irá acolher artistas de diferentes geografias num festival de arte e ciência que se irá desdobrar entre concertos, performances, concertos e sessões de escuta.
Organizado pelo Departamento de Arte Contemporânea da Ágora, com curadoria do centro de experimentação artística com sede em Madrid, The Institute for Postnatural Studies, O Afeto da Escuta – um festival para as ecologias sonoras e enredos sónicos tem entrada gratuita, e realiza-se em três espaços da cidade: Passos Manuel, a Galeria da Biodiversidade e o Planetário do Porto.
O arranque é dado na sexta-feira, às 21h30, no auditório do Passos Manuel, com uma sessão de abertura a cargo do The Institute for Postnatural Studies, a que se irá seguir, às 22h30, a atuação de KMRU, artista sonoro nascido em Nairobi e sediado em Berlim, atualmente um dos nomes mais prolíficos e inovadores da música experimental/ambiente.
Já no sábado, o dia começa na Galeria da Biodiversidade, às 11h000, com uma viagem à prática do carismático multi-instrumentista norte-americano Laraaji, dividida em dois momentos: meditação através do riso e escuta profunda, através da utilização de tons de gongos, cítara, vozes e eletrónica.
À tarde, também na Galeria da Biodiversidade, estão previstas duas sessões: a primeira (entre as 15h00 e as 17h30), terá início com uma apresentação-vídeo de Alexandra Daisy Ginsberg, artista multidisciplinar, cujo corpo de trabalho se centra na exploração do impulso humano de "melhorar" o mundo, abordando temas como inteligência artificial, biologia sintética, conservação e evolução.
Segue-se a participação de Antoine Bertin, que irá guiar o público por uma viagem auditiva pontuada por pequenas histórias sonoras, convites para escutar, e outras inspirações áudio retiradas do seu trabalho e prática.
A sessão contará ainda com uma conversa com a escritora e curadora Filipa Ramos, assim como a apresentação da performance “Whales Voices”, de Laia Estruch, um solo de voz, onde a artista desenvolve um percurso sonoro através de um treino vocal para aproximar a nossa voz do canto das baleias.
Já a segunda sessão, contará com Wirawasu, artista multidisciplinar de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas (Brasil), que irá apresentar “Memórias de um cachorro”, um projeto em curso de colisão sonora, concebido a partir das vivências no Alto Rio Negro explorando gravações amadoras e inserção de elementos eletrónicos; assim como Panamby, cujo corpo de trabalho se tem focado no desenvolvimento de sonoridades como prática poética no/do escuro, numa tentativa de tanger o invisível e comunicar de diferentes formas, e que tratá ao Porto, o projeto “Abissal”. Ambos irão participar numa conversa moderada pelo artista e investigador Gaspar Cohen.
Este segundo dia d’O Afeto da Escuta termina com uma festa promovida pela editora e promotora portuense Lovers & Lollypops, que terá lugar no Passos Manuel, a partir das 23h00, e conta com Rezmorah (performance), Lechuga Zafira (DJ set) e Debit (DJ set) no alinhamento.
O terceiro e último dia começa com uma manhã no Planetário do Porto (entre as 10h30 e as 13h00), que irá contar com a atuação do coletivo de experimentação artística e científica, criado no México, Interspecifics; assim como a performance “Interdimensional Generated Space” da artista sonora italiana Marta Zapparoli, um trabalho que resulta de uma investigação intensiva sobre o fenómeno transcendental das auroras boreais e as suas vozes. A sessão irá terminar com uma conversa moderada pelo músico, fundador da Sonoscopia, Gustavo Costa.
À tarde, volta à Galeria da Biodiversidade para mais duas sessões. A primeira, irá contar com “Plant Attunement”, da artista multidisciplinar Inês Tartaruga Água, uma instalação sonora onde humanos e não-humanos interagem com a paisagem acústica criada para o espaço de apresentação; assim como com a palestra-performance da arquivista, curadora e investigadora Andrea Zarza Casanova, que irá tornar audíveis as relações entre paisagem, folclore e trabalho através de uma seleção de canções e gravações de campo, obtidas a partir do acervo da Fonoteca Municipal do Porto durante uma residência de pesquisa de duas semanas. A mesma sessão incluirá ainda a participação de Eloisa Travaglini e Sam Simon, composta por um ensaio sónico e uma sessão de escuta, a partir da ativação do arquivo da plataforma Infrasonica.
A encerrar o fim de semana e o festival, a compositora, performer e improvisadora Ute Wassermann atuará às 19h00, uma performance em torno da voz, em que irá criar um espaço sonoro visceral através da utilização de diferentes tipos de microfone, assobios de pássaros, eletrónica lo-fi, ressonadores, gravações de campo e objetos do quotidiano.
PROGRAMA COMPLETO
Sexta-feira, 10 de novembro
Passos Manuel (Auditório)
21h30 | Institute for Postnatural Studies - sessão de abertura
22h30 | KMRU - concerto
Sábado, 11 de novembro
Galeria da Biodiversidade
Das 11h00 às 13h00
Laraaji - workshop & concerto
Das 15.00h às 17h30
Alexandra Daisy Ginsberg - vídeo
Antoine Bertine - sessão de escuta e conversa com Filipa Ramos
Laia Estruch - performance
Das 18h00 às 20h30
Conversa com Panamby e Wirawasu moderada por Gaspar Cohen
Wirawasu - concerto
Panamby - concerto
Passos Manuel
23h00 | Festa por Lovers & Lollypops c/
Rezmorah - performance
Lechuga Zafiro - DJ set
Debit - DJ set
Domingo, 12 de novembro
Planetário do Porto
Das 10h30 às 13h00
Interspecifics - concerto
Marta Zapparoli - performance
Conversa com Interspecifics e Marta Zapparoli moderada por Gustavo Costa (Sonoscopia)
Galeria da Biodiversidade
Das 15:00 às 18:30
Inês Tartaruga Água - performance
Andrea Zarza Canova - palestra-performance
Infrasonica - workshop
Das 19h00 às 20h00
Ute Wassermann - performance
Mais informações: www.galeriamunicipaldoporto.pt