10/01/2024

Entre janeiro e fevereiro, o programa do Batalha Centro de Cinema apresenta três sessões para famílias, aos sábados, sempre às 15h15.

 

No sábado, 13 de janeiro, é apresentado “Harmónica” (1973). O filme do aclamado realizador iraniano Amir Naderi segue a história de uma criança que acaba de receber uma prenda do estrangeiro: uma harmónica, tornando-se o centro das atenções do grupo.

 

Filmado na região do Golfo Pérsico, onde o cineasta cresceu, este é um retrato belo, cómico e, por vezes, cruel da infância, que reflete sobre jogos de poder, pressão de grupo e a importância de saber dizer “não”.

 

 

A obra foi restaurada em 2023 pelo Instituto para o Desenvolvimento Intelectual de Crianças e Jovens Adultos — KANOON (Irão) - e é apresentada no âmbito do novo programa do Batalha, “Tesouros do Arquivo”, que propõe a (re)descoberta de obras recentemente restauradas.

 

La traversée” (A Travessia, 2021), de Florence Miailhe, é exibido a 10 de fevereiro. Ilustrada com pinturas a óleo sobre vidro, a animação conta a história de duas crianças que, órfãs e sozinhas, têm de atravessar diversos países obcecadas com o controlo de migrantes até conseguirem chegar a um porto seguro.

 

O filme distinguido com a menção do júri no festival de Annecy em 2021 integra a retrospetiva que o Batalha dedica até 22 de fevereiro a Jane Birkin, conhecida também pelo seu trabalho enquanto ativista, apoiando causas como a crise dos refugiados.

 

 

A sessão para famílias de 24 de fevereiro propõe “Dragon Inn” (1967), de King Hu. Triunfo de bilheteira na Ásia na época do seu lançamento, o filme ressuscitou e renovou o género do filme de artes marciais, ainda antes da explosão dos filmes de ação com Bruce Lee.

 

Situada no século XV, a história segue um eunuco real, que elimina o seu principal rival. Este é um dos filmes que Tsai Ming-Liang — em retrospetiva até 28 de fevereiro — recorda ver em criança com os seus avós, com quem ia ao cinema quase todos os dias.

 

 

Muitos anos depois, rememoraria este filme — um dos primeiros do género a incluir uma mulher guerreira — na sua obra “Goodbye, Dragon Inn” (2003).

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