Um dia dedicado à arte em movimento, três novas exposições, mais um curso dos Colectivos Pláka e um fim de semana em rede com diferentes espaços artísticos da cidade vão marcar os últimos meses da agenda deste ano da Galeria Municipal do Porto (GMP).
O arranque é dado já no dia 28 de setembro, com Fogo Fátuo, um dia dedicado à arte em movimento em que, através de propostas que vão de apresentações acústicas mais intimistas a projetos audiovisuais imersivos, o público é convidado a descobrir múltiplas práticas artísticas em torno do som, em diferentes locais da Galeria Municipal do Porto e dos Jardins do Palácio de Cristal.
Nesta que é a primeira edição de um evento que se prevê bianual, a iniciativa contará com as atuações de um conjunto de artistas de diferentes nacionalidades: A lake by the mõõn (Portugal), Deena Abdelwahed (Tunísia), Les Chanteurs d’Oiseaux (França), Fito Conesa (Espanha), Pedro Lima x Martim Sousa Tavares x Banda Sinfónica Portuguesa (Portugal), Nídia (Portugal) e XEXA (Portugal), uma projeção da dupla Yarema Malashchuk & Roman Khimei (Ucrânia), uma performance de Michele Rizzo (Itália), assim como uma performance comestível de Caique Tizzi (Brasil), desenvolvida em parceira com a Fruta Feia.
Um dia em diferentes tempos e intensidades, entre as 16h00 de sábado e as 00h30 de domingo. A entrada é gratuita.
Novas exposições de Jonathan Uliel Saldanha, Vivian Caccuri e Rita Caldo
Já em outubro, a GMP apresenta três novas exposições, com inaugurações simultâneas no dia 26 de outubro.
Com curadoria de João Laia, o Piso 0 da GMP será ocupado por “Superfície Desordem (Surface Disorder)”, a primeira exposição individual de grande escala de Jonathan Uliel Saldanha.
Músico, artista visual, criador sonoro e cénico, a sua prática artística desenrola-se na interseção do som, gesto, voz, instalação, performance e vídeo, cruzando pré-linguagem, alteridade e ficção científica.
Por sua vez, no Piso 1, será apresentado o projeto “Febre da Selva Elétrica (Electric Jungle Fever)”, de Vivian Caccuri, com curadoria de Bernardo de Souza.
A artista brasileira residente no Rio de Janeiro tem vindo a utilizar o som para entrecruzar experiências de perceção sensorial com questões de cunho histórico e social, criando experiências que ultrapassam o campo auditivo e abarcam o visual, o corpóreo e o tecnológico.
No mesmo dia, a GMP inaugura um novo espaço expositivo destinado a artistas emergentes a trabalhar na cidade.
A artista que dá início a este novo projeto — situado no piso -1, no foyer do Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett — é Rita Caldo, com “Assim no céu como na terra (As in heaven, so on earth)”, com curadoria de Patrícia Coelho.
Licenciada em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e tendo como referência o trabalho de psicanalistas como Sigmund Freud e Donald Winnicott, a artista explora o modo como narrativa, espaço e figura geram um lugar imaginário.
Com entrada gratuita, as três exposições poderão ser visitadas até 16 de fevereiro, 23 de fevereiro e 2 de março, respetivamente.
Novo curso dos Colectivos Pláka em outubro
Segue-se mais um curso do programa Colectivos Pláka, promovido no âmbito da plataforma municipal de apoio à arte contemporânea Pláka, que irá realizar-se entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro.
Este segundo curso do ano terá como organizadora Pauline Curnier Jardin, e pretende explorar o tema das heterotopias (Foucault, 1967) do espetáculo e do entretenimento.
Neste encontro, será questionado como podemos transformar o dispositivo da ilusão numa ferramenta crítica para enfrentar os desafios contemporâneos, tomando como ponto de partida a obra de Jardin, nomeadamente as suas Freestanding Joys, instalações de média/grande dimensão onde a artista projeta os seus filmes.
Circuito ’24, um fim-de-semana dedicado à arte contemporânea no Porto
Finalmente, entre os dias 15 e 17 de novembro, a GMP promove mais uma nova iniciativa: o Circuito ’24 – Arte Contemporânea Porto.
Dos contextos mais institucionais e museológicos, aos espaços autogeridos e galerias comerciais, serão propostos diferentes circuitos pela cidade durante um fim de semana, onde o público e profissionais da área são convidados a visitar os diferentes espaços dedicados à arte contemporânea através de exposições, visitas guiadas, concertos e outras iniciativas, de acesso gratuito.
A iniciativa será uma espécie de ano zero de um evento que se pretende anual e que se desdobre em iniciativas cada vez mais amplas e diversas.
Cruzamento programático com a Fonoteca Municipal do Porto
Até ao fim do ano, a programação da GMP continuará ainda a entrecruzar-se com as propostas da Fonoteca Municipal do Porto (FMP), nomeadamente através das sessões mensais de Escuta Ativa. Como tal, no dia 5 de outubro, às 11h00, caberá à artista Vivian Caccuri guiar o público pela escuta conjunta de um disco do vasto acervo deste espaço municipal; e no dia 7 de dezembro, à mesma hora, o convite é estendido a Rodrigo Vaiapraia, que irá ainda apresentar o seu próximo longa-duração.
Para além da Escuta Ativa, todas as quartas-feiras, entre as 18h00 e as 19h00, a FMP mantém também as suas sessões de Hora de Ponta, durante as quais dedica uma hora à partilha de discos com base num tema.