06/10/2021

De 15 a 24 de outubro, o FIMP – Festival Internacional de Marionetas do Porto regressa para a 32.ª edição com propostas artísticas nacionais e internacionais em apresentação em vários espaços da cidade. O tema da “passagem do tempo” (passado, presente e futuro) perpassa toda a programação, pensada também para os mais novos.

 

Segundo a direção do Festival, esta é uma seleção de trabalhos que se inscreve “também nesta tensão entre passado e futuro – o ser presente”.


“A revisitação da história, dos seus fantasmas e mitologias, a memória da infância, as promessas do progresso e da tecnociência - ao mesmo tempo tão esperançosas e ameaçadoras, tão distantes e tão próximas - inspiram o FIMP´21”, lê-se no texto de apresentação deste ano do Festival de Marionetas do Porto (FIMP).



Assim, nesta edição, serão 21 os espetáculos em cartaz, com 38 apresentações, sendo grande parte deles “em estreia absoluta ou estreia nacional”, assume Raul Constante Pereira, da direção do FIMP.


Para além dos espetáculos, há ainda um conjunto de atividades como workshops, masterclasses, “uma exposição” e o acompanhamento de trabalhos em processo (os chamados WIP – Work in Progress), num programa “pensado para todos, com especial incidência no público infantil, numa edição em que as apresentações para toda a família serão uma marca permanente”, revela Igor Gandra, diretor do FIMP.



Um desses casos são os cine-concertos que decorrem no Coliseu Porto Ageas, nas manhãs de domingo, uma das novidades desta edição.


Para Mónica Guerreiro, presidente da Direção do Coliseu Porto Ageas, “fez sentido criar esta parceria com o FIMP pois este evento procura aproximar os espetáculos de públicos com idades muito diferentes. Esta é também uma das premissas da nossa programação”.


Assim, o Coliseu será assim palco dos Concertos Promenade 2.0, dois “cine-concertos” com filmes clássicos da realizadora alemã Lotte Reiniger, musicados ao vivo pelo pianista Filipe Raposo.


 

Espetáculos em destaque

Do programa hoje apresentado em conferência de imprensa no Teatro Rivoli, destaque para o espetáculo “Le pas grand chose”, de Johann le Guillerm, uma viagem “no vazio repleta de interrogações”, em estreia no Porto nos dias 15 e 16 de outubro, no Rivoli.



De igual forma, nota para “Violences”, de Léa Drouet, uma reflexão em estreia nacional sobre o efeito de sideração que as imagens de violência produzem, impedindo-nos de agir, de sentir, de nos identificarmos. Sozinha em palco ela manipula areia e alguns objetos, num espetáculo em estreia nacional, a 21 de outubro no Teatro Campo Alegre.


Será ainda apresentado “O que o mundo precisa é de uma Deusa”, um espetáculo onde a companhia Alma d’Arame regressa ao trabalho com João Garcia Miguel para a construção de uma dramaturgia que atravessa uma releitura da comédia intemporal “A Lisístrata” com um universo de referências atuais. Será apresentado no Teatro Carlos Alberto, a 20 de outubro,



Outro dos espetáculos que estará em destaque é “Forecasting”, de Giuseppe Chico & Barbara Matijevic. Nesta peça, Barbara Matijevic manipula um computador portátil que reproduz uma seleção de vídeos amadores do Youtube feitos por “utilizadores anónimos”. Ela transforma o seu corpo numa extensão dos gestos apresentados nas imagens bidimensionais, colocando-se (e colocando-nos) num lugar entre duas realidades. A 22 e 23 de outubro, no Grande Auditório do Rivoli.


Os últimos dias do evento contarão ainda com o espetáculo “Les petites géométries”, da francesa Cie. Juscomama. Com apresentações no Teatro Municipal de Matosinhos – Constantino Nery, as artistas francesa convidam os espectadores para descobrir duas curiosas silhuetas que, face a face, se observam.



Estes são apenas alguns dos destaques da programação, cujo cartaz, na sua totalidade, pode ser consultado em http://fimp.pt

 

Parcerias do festival

Em mais um ano, o FIMP conta, mais uma vez, com o apoio da Câmara Municipal do Porto, através de uma coprodução com o Teatro Municipal do Porto.


Para Tiago Guedes, diretor do Teatro Municipal do Porto, esta edição é a “mais musculada” dos últimos anos a ocupar os espaços do TMP, com 10 espetáculos “com 26 apresentações, sendo destes cinco internacionais”. “Este é um festival que gostamos de acolher, pois o ADN do Festival é como o do TMP: de indisciplina e com uma pluralidade de abordagens”, assume o diretor do TMP.



Estas parcerias estendem-se ainda ao Teatro Nacional São João, à Câmara Municipal de Matosinhos, com apresentação de espetáculos e atividades no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery.


Nesta edição há ainda a parceria com a Casa da Música, a CRL – Central Elétrica e com a Sonoscopia, que acolhe uma exposição sonora e visual do artista Matt Steinke, com o nome de “Hazardous Phenotypes”, que irá acompanhar toda a edição do festival.

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