A Filmaporto volta a financiar com 20.000 euros cinco projetos que serão realizados integralmente na cidade do Porto. As propostas selecionadas na 5.ª edição deste programa de apoio foram apresentadas por Flávia Contreras, Maria Moreira, Maria Novo, Maryam Tafakory, Natália Andrade e Paula Tomás Marques.

Recuperando os nomes dos fundadores da primeira empresa a apresentar filmes ao público no Porto, as bolsas dirigem-se a dois tipos de públicos. A bolsa Neves — destinada a artistas e cineastas residentes no município do Porto, ligados a entidades produtoras com sede nos concelhos do Porto, Matosinhos ou Vila Nova de Gaia — foi atribuída a “As Ordens e os Hábitos”, de Paula Tomás Marques, uma exploração da roupa como símbolo e ferramenta de luta; “Mostrengo”, de Maria Novo e Flávia Contreras, que dá voz a uma embarcação que frequentou a Escola Náutica fundada por Infante D. Henrique, em Sagres; e “Talvez não haja nada aqui”, de Natália Andrade com produção da AIM CREATIVE STUDIOS, sobre uma mulher que tenta escapar de uma dimensão hostil e indiferente.

Já a bolsa Pascaud — destinada a artistas, realizadores e produtores residentes fora do concelho, ligados a entidades produtoras com sede nos concelhos do Porto, Matosinhos ou Vila Nova de Gaia — foi atribuída a “Gol(e) Sorkh”, de Maryam Tafakory, que traça a censura da palavra “gol” (flor) e de imagens que representassem flores vermelhas nos últimos anos da Dinastia Pahlavi, no Irão, após o julgamento do poeta e marxista Khosrow Golsorkhi; e “Meio Tom”, de Maria Moreira, uma docuficção sobre a memória e a experiência de uma jovem mulher surda.

As atas do concurso, que decorreu entre 21 de julho e 8 de agosto de 2025, podem ser consultadas no site da Filmaporto. As candidaturas foram avaliadas por um júri composto por Cláudia Varejão (cineasta), Maria Carina Estróia (produtora cinematográfica) e Lois Patiño (cineasta).

Foto: Renato Cruz Santos (Fotografia da rodagem de Travessias Malungas, de Letícia Simões, um dos projetos vencedores da Bolsa Neves em 2024)