28/11/2023

Se o Porto fosse um grande calendário do advento, a primeira casa a abrir seria a dele. É ao músico que cabe receber um mês cheio de música, diversão, magia e espírito de Natal. O músico-coqueluche (para famílias inteiras) que sobe ao palco dos Aliados no dia 1 de dezembro, logo depois da tão desejada árvore de Natal dar luz a uma emoção coletiva. Falámos  com o músico e percebemos que a emoção também é grande.

 

No final do telefonema, numa ligação que liga o Porto a Lisboa, o segredo mais bem guardado de um pai de primeira viagem ganha mais força: “foi a minha filha que me ensinou a gostar do Natal”. Porque, até lá, não era nada dado a doces, a tradições, a este tipo de alarido que o Natal provoca.

 

“Lembro-me que nem celebrava muito esta época”. Tudo mudou quando a mulher lhe incutiu um espírito mais aberto – “porque ela adora decorar a nossa casa com as coisas típicas do Natal” – e porque a filha, a pequena Penélope, merece viver a magia com tudo aquilo a que tem direito. “Com Pai Natal e tudo”, ri, do outro lado da linha. “Mas quer parecer-me que ela já descobriu que aquele Pai Natal é conhecido”, continua. Porque as crianças são espertas e sabem reconhecer gestos, sons e pequenos sorrisos. “O meu pai bem tenta disfarçar, mas… ela é inteligente e já percebeu”.

 

Com este novo olhar sobre a época natalícia, Diogo Piçarra não esconde a expectativa de regressar a uma cidade “de que muito gosta”, que conhece e onde, dizemos nós, já foi muito feliz entre os milhares de fãs que tem no norte do país. Quando passarem poucos minutos das 18h00 do primeiro dia de dezembro, o músico  promete fazer do concerto de abertura do programa de Natal “o melhor de todos os concertos”. Porque o último é sempre aquele que mais aquece a alma, é certo, mas por experimentar uns Aliados que se irão encher para ouvir os temas mais famosos , as músicas que a rádio não deixa esquecer e apresentar, pela primeira vez, o  single novo. “Estou a gravar já o videoclipe e vai ser a primeira vez que o vou tocar ao vivo”, destaca.

 

 

Do alinhamento farão parte os mais conhecidos  que pedem “uma lanterna do telemóvel ligada” e uma onda de luz que cria uma coreografia e temas que convocam a dança e o movimento. “Tudo isto vem das minhas influências, das baladas de que  gosto aos temas eletrónicos que também ouço”. Reflexo disso são os álbuns lançados, que acabam por demonstrar uma personalidade mais vincada a dado momento da sua vida.

 

Das vindas ao Porto, só guarda boas recordações. Como aquela  em que viu os Aliados a cantar, em coro, uma música que tinha lançado há poucos meses, a euforia que invadiu avós, pais e netos no mesmo espaço. “Tenho plena consciência de que  a minha presença no júri do ‘The Voice’ ajudou a criar esta transversalidade, mas creio que a minha música tem esses condimentos que agradam a várias gerações”.

 

O público tem sido, de resto, a influência para a criação dos temas, a inspiração para continuar uma jornada que ele sabe ser de “muita sorte”. Não imaginava  que estaria aqui, quando venceu o caça-talentos Ídolos, em 2012. E agradece muito a quem nunca o deixou sair de cena. “A todos aqueles que gostam de mim e me acompanham nos concertos”, a todos aqueles que o substituem na voz quando algum problema técnico acontece em palco. “A coisa não falha, sabes? A música continua, pelas vozes de quem não falha um verso”.

 

“Será um concerto especial, para mim e para todos aqueles que estão comigo em palco”. O acesso é livre, os grandes concertos de Natal voltam aos Aliados e Diogo Piçarra tem consciência dessa responsabilidade. “As expectativas estão em alta”, resume, antes de desligar. As dele e as de milhares de fãs que não irão perder a oportunidade de ver, ao vivo, e sob um manto de luz inigualável, o artista de quem aprenderam a gostar.

 

Texto: José Reis

Fotos: DR

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