Na diversificada programação que acompanha o festival literário, há muita palavra para ser cantada. 

Como tem acontecido nas últimas edições, a 10.ª Feira do Livro do Porto volta a ter uma forte aposta na música ao vivo. Rock, pop, muito jazz, formatos mais experimentais, há muito para ouvir nos Jardins do Palácio de Cristal.  

Logo no dia de abertura, 25 de agosto, começa o Dar Corda à Palavra, um ciclo que reúne “projetos desafiantes, distintivos, sonoridades improváveis ao serviço da celebração da palavra”. São 11 concertos de fim de tarde na Concha Acústica, sempre às 19h00. As honras de abertura cabem à veterana Mafalda Veiga. 

Ainda em agosto, há mais dois nomes: a 27, Ruge, formação que junta o jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho a Daniela Onís e Ruben Alves, e, a 30, a cantautora venezuelana Yosune. 

No dia 1 de setembro atua Buganvília, dupla formada por João Afonso e Rogério Pires, e a 2 toca o beirão Samuel Úria. 

Chegam depois duas propostas que unem atores e músicos: a 5, o projeto Como se desenha uma casa, de Pedro Lamares e Rui David, e a 6 o duo Eugénio de Andrade e os seus Contemporâneos, composto por Paulo Pires e Emanuela Nicoli. 

Seguem-se os espetáculos do poeta Mário Lúcio (a 7), da banda Não-Simão (8) e do músico e produtor Filipe Sambado (9).

O Dar Corda à Palavra termina no dia de encerramento da feira, 10 de setembro, com o concerto de A Garota Não. 

A associação Porta-Jazz volta aos Jardins do Palácio de Cristal 

Os momentos jazzísticos são já uma tradição na Feira do Livro do Porto. A proposta repete-se este ano, com o ciclo Porta-Jazz ao Relento a trazer três formações à feira, em três sábados. 

O arranque é às 19h00 de 26 de agosto, com o grupo Themandus, formado por Afonso Boucinha Silva (saxofone alto), Eduardo Carneiro Dias (bateria), Ricardo Alves (guitarra) e Carlos Fonseca (voz off).  

Segue-se, a 2 de setembro, à mesma hora, o espetáculo que junta o experiente Pedro Neves Trio (Neves na composição e no piano, Miguel Ângelo no contrabaixo e José Marrucho na bateria) com o trompetista Javier Pereiro. 

Finalmente, a 9 de setembro, mas desta vez às 11h30, atua o AP Quarteto, com AP na guitarra, efeitos e composição, José Diogo Martins no piano, Gonçalo Sarmento no baixo elétrico e contrabaixo, e Gonçalo Ribeiro na bateria. 

Noites no auditório com mestres da palavra  

O terceiro ciclo musical da programação chama-se O Som da Escrita e oferece concertos a solo de quatro escritores de canções, sempre no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett, às 21h00: JP Simões a 1 de setembro, o cabo-verdiano Cachupa Psicadélica no dia 2, António Manuel Ribeiro (líder dos UHF) a 8 e, para fechar, Márcia, no dia 9.

A cultura expande-se aos sons da história dos bairros

Ainda integrado na Feira do Livro, há um espetáculo do Cultura em Expansão. A venezuelana Arianna Casellas e o brasileiro Kauê Gindri foram convidados a entranharem-se nos quatro territórios do programa municipal (Bouça, Campanhã, Miragaia e Pasteleira) e descobrir a rica tradição oral que confere a estes espaços o seu substrato.

Através de pequenas residências artísticas, serão realizadas oficinas junto destas comunidades para que, em conjunto, possam tecer canções que capturem fragmentos da sua história. O resultado destas oficinas será apresentado num espetáculo único, que reunirá este cancioneiro e as pessoas que simultaneamente protagonizam e mantêm a sua história viva. Está marcado para as 17h00 de 3 de setembro, domingo, na Concha Acústica.

Mas a música é apenas uma das muitas áreas que compõem a programação da Feira do Livro do Porto 2023. Descubram tudo na página oficial do evento. 

Texto: Francisco Ferreira
Fotos: CMP/Ágora