O programa arrancou a 13 de setembro e até ao final do ano traz uma oferta cultural gratuita e multidisciplinar a vários territórios da cidade do Porto. Em 2025, o projeto adotou um novo modelo de programação, assente numa open call, da qual resultaram 20 projetos de cocriação comunitária e criação participada.
A segunda temporada do Cultura em Expansão foi apresentada na Associação de Moradores da Bouça, num momento que contou com o concerto de Rita Vian e o DJ set de Ghetthoven.
Nesta 11.ª edição, que decorre em duas fases (a primeira realizou-se entre maio e julho), foram selecionadas 41 propostas, envolvendo artistas, coletivos e comunidades locais em processos de criação partilhada que promovem o encontro, a participação ativa e uma leitura plural da cidade.
Setembro: do Bairro do Cerco à Corujeira
O arranque aconteceu na Praça da Corujeira, às 15h00, com “401 E CERCO!”, a primeira apresentação do projeto “Território Cerco: cartografia é movimento!”, desenvolvido pela arquiteta-urbanista e investigadora Clara Sefair, em colaboração com jovens do Bairro do Cerco do Porto e o Projeto Cercar-te.
Seguiu-se, a 17 de setembro, a assembleia comunitária “Sair da Sombra”, promovida pela MEXE Associação Cultural com o Centro de Dia da Corujeira, refletindo sobre a invisibilidade da mulher operária no Estado Novo. Ainda na Praça da Corujeira, a 21 de setembro, foi apresentadada a “Maquete Coletiva”, um trabalho da Oficina Vidra com vizinhos do território, centrado na memória e identidade local.
No dia 27 de setembro, em Aldoar, a ativista Guimoar Sousa conduz uma sessão aberta sobre culinária cigana enquanto espaço performativo e narrativo, no âmbito do projeto “IRM_A: identidades romani mulheres de Aldoar”.
Outubro: habitar, partilhar e refletir
O mês de outubro abre com “Habitare” (5 de outubro), conduzido por Paula Preto e Sofia Mexia, com visitas aos Albergues do Porto que cruzam memórias e vivências do habitar neste território.
No dia 11, na Sala Estúdio Perpétuo, a companhia Terceira Pessoa apresenta “Gosto, logo existo”, a partir do livro de Isabel Meira, em colaboração com alunos da Escola Básica Afonso de Paiva, de Castelo Branco.
Outros destaques incluem o ensaio aberto de “Sombras” (15 de outubro), o debate “O papel da arte na suspensão do tempo” (16 de outubro, Junta de Freguesia do Bonfim), a inauguração de duas exposições em torno do projeto Habitare (23 de outubro), e o espetáculo “A dor que consumo” (24 de outubro), desenvolvido com participantes do Programa de Consumo Vigiado do Porto.
A programação inclui ainda o projeto “CEP: Corpografias Escreviventes Pretuguesas” (25 de outubro), o workshop “A prática da ternura radical” (30 de outubro) e múltiplas apresentações que abordam práticas de cuidado e diálogo intergeracional.
Novembro: murais, oficinas e novas narrativas
Em novembro, destaca-se o mural coletivo no âmbito do projeto “Traços da Corujeira” (2 de novembro), a exposição “Território Cerco: um quase mapa” (6 de novembro), e o espetáculo “Porto da gente, Porto presente para Dançar” (8 de novembro).
No mesmo mês, surgem propostas como a mostra “Cartografias Afetivas” (9 de novembro, em Azevedo), a mesa-redonda “Em Volta de um Filme Coletivo” (13 de novembro), a oficina “Desassossega-te! O corpo em diálogo” (15 e 16 de novembro), e a performance “Ocupação Ternura Radical” (15 de novembro).
O espetáculo “Sombras” será apresentado a 21 de novembro, na Central Elétrica, seguido de “CEP em festa!” (22 de novembro), encontro final do projeto coordenado por Rafael Campos. A programação do mês encerra com um passeio pelo antigo Bairro do Aleixo (29 de novembro) e a sessão “Olhar o Lagarteiro” (30 de novembro).
Dezembro: memórias coletivas e despedida da temporada
O último mês de programação arranca com a exposição “Lugar de Memória” (5 de dezembro, Bairro do Aleixo), prosseguindo com “Porto da Gente, Porto Presente” (6 de dezembro), o “Museu do Bairro” (7 de dezembro) e um concerto do Coro Sénior da Fundação Manuel António da Mota com Lena d’Água.
Haverá ainda conversas e estreias de filmes ligados ao projeto Habitare e às comunidades do Lagarteiro e dos Albergues do Porto, culminando com a exibição pública do filme coletivo da Associação O Meu Lugar no Mundo (21 de dezembro) e a apresentação de “IRM_A: A Narração das Memórias para o Futuro” (21 de dezembro, Teatro do Bolhão).
Com esta temporada, o Cultura em Expansão reafirma o seu papel como espaço de encontro, criação e partilha, promovendo uma leitura plural da cidade e o envolvimento direto das comunidades nos processos artísticos. Em 2025, adotou-se um novo modelo de programação assente numa open call, resultando na seleção de 20 projetos de cocriação comunitária e criação participada.
Todas as atividades têm entrada gratuita. O programa completo pode ser consultado em www.culturaemexpansao.pt.
Fotos: Sérgio Monteiro