A data comemora-se, todos os anos, a 2 de abril, para lembrar o aniversário de nascimento de Hans Christian Andersen, um dos mais reconhecidos e aplaudidos escritores infantis.
A efeméride é comemorada desde 1967, com o propósito de incentivar os mais novos para a leitura e salientar a importância dos livros infantis no processo de educação de crianças e jovens.
A pensar nisto, desafiamos Inês Vila, Chefe da Divisão Municipal de Bibliotecas na Câmara Municipal do Porto e responsável pela direção da Biblioteca Pública Municipal do Porto (em frente ao Jardim de São Lázaro) e da Biblioteca Municipal Almeida Garrett (nos Jardins do Palácio de Cristal), a escolher cinco títulos para ler neste sábado (e ao longo das próximas semanas).
1- “Aqui é um bom lugar”, de Ana Pessoa & Joana Estrela
Num longo e vivo registo autobiográfico, Teresa Tristeza vai dando conta do seu mundo, daquilo que dentro de si fervilha e daquilo que sobre os outros vai pensando. Entre o outono e o verão, entre os 17 e os 18 anos, Teresa regista as emoções, os dilemas, as incertezas, as angústias e perplexidades próprias do crescimento. Verosímil e forte, a narrativa envolve o leitor que, com facilidade, se identificará não apenas com as vivências partilhadas em casa e na escola, mas também com a linguagem e o estilo, muito contemporâneos.
2 - “A guerra”, José Jorge Letria & André Letria
Nasce como uma doença sussurrada e cresce a partir do ódio, da ambição e do medo. Não ouve, não vê, tão pouco sente, mas esmaga e cala. A guerra é, porventura, o mais perene produto em série alguma vez inventado. Num mundo armadilhado como nunca, este livro de José Jorge Letria e André Letria é como um archote que se lança sobre a memória adormecida.
3 - “O Meu Avô”, de Catarina Sobral
O meu Avô acorda todos os dias às 6 da manhã. O Dr. Sebastião acorda às 7. Cruzam-se todos os dias à mesma hora. O meu Avô já teve uma loja de relógios. Agora tem bastante tempo. O Dr. Sebastião não é relojoeiro nem tem tempo a perder. O meu Avô tem aulas de alemão e aulas de pilates. Escreve cartas de amor (ridículas) e faz regularmente piqueniques na relva, comme il faut. Depois, ainda tem tempo para me ir buscar à escola… De Pessoa a Manet, de Almada a Tati, um livro repleto de referências artísticas.
4 - “O Tesouro do Palácio”, Ana Saldanha & Yara Kono
Esta é a história da pequena Sofia que, num dia muito frio, vai com o seu tio visitar um Palácio. A história passa-se no Palácio de Cristal, no Porto, mas poderia passar-se em qualquer parque com biblioteca (ou vice-versa; podemos sempre lembrarmo-nos do Palácio Galveias, em Lisboa, por exemplo). No parque encontram patos e pavões; nos livros encontram princesas e tubarões; um País das Maravilhas que não é só o da Alice!
5 - “Verdade?!”, de Bernardo P. Carvalho
Um pescador faz-se ao mar para mais um dia de pesca com o seu fiel amigo. As ondas, que pareciam calmas, revoltam-se; das profundezas emergem monstros marinhos; dos céus caem relâmpagos ameaçadores. Quando tudo parecia perdido, a pescaria salva-se de uma forma surpreendente. Parece mentira? Juro que é verdade!
As publicações podem, de resto, ser consultadas e requisitadas nos balcões das bibliotecas, com o cartão de utilizador destes equipamentos municipais ou com o cartão PORTO.
Mais informações em https://bmp.cm-porto.pt/
Texto: José Reis