09/03/2023

No domingo, 19 de março, o Batalha Centro de Cinema apresenta a obra integral de Yugantar Film Collective com a presença de Deepa Dhanraj, uma das fundadoras.


O pioneiro e influente Yugantar, de Bangalore, foi o primeiro coletivo de cinema indiano fundado e constituído exclusivamente por mulheres: Deepa Dhanraj, Abha Bhaiya, Navroze Contractor e Meera Rao.


Marcadamente feminista, iniciou em 1980, momento em que a Índia ultrapassava um período de transformação política, um trabalho cooperativo e ativista de realização de quatro filmes que tratam a condição social, política e económica de mulheres, abordando o seu estatuto subalterno na sociedade.


Filmada em contexto laboral ou familiar, a obra do coletivo versa sobre as camadas e subtilezas da violência física e emocional infligida à mulher trabalhadora indiana, e oferece um registo do processo de ganho de consciência política e de luta coletiva por mais e melhores condições.



No Batalha, será apresentada a filmografia restaurada do grupo em duas sessões. Às 17h15, é exibida “As Women See It”, curta-metragem sobre Sudesha, uma camponesa residente nas montanhas dos Himalaias que mobilizou as mulheres da sua região para protegerem a floresta dos comerciantes de madeira.


Após a exibição do filme, Deepa Dhanraj participa numa conversa sobre o contexto político e prática fílmica do coletivo moderada por Jemma Desai. A entrada é gratuita mediante levantamento de bilhete a partir das 11h00.



Às 19h15, são apresentados os restantes três filmes do coletivo: o documentário “Maid Servant”, que acompanha um conjunto de trabalhadoras domésticas na luta pelos seus direitos; “Tobacco Embers”, que documenta um dos maiores movimentos de trabalho não organizado dos anos 80 na Índia; e “Is This Just a Story?”, um retrato de uma mulher sufocada pela violência e misoginia no seu próprio lar.



A retrospetiva da obra de Yugantar Film Collective está inserida no programa “Coletivos”, focado em experiências coletivas de realização e produção de cinema, desde os anos 70 até aos nossos dias.


Segue-se, em julho, The Zanzibar Group, formado por jovens artistas em Paris no final dos anos 60, entre os quais Philippe Garrel.      

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