03/12/2021

É com o “amor” como pano de fundo que a programação da Casa da Música se desenha em 2022. O diretor artístico defende "um interregno em relação a esta lógica de explorar o património musical de um determinado país e introduzir uma outra abordagem, que, neste caso, é o amor". O arranque do novo ano de programação acontece a 9 de janeiro.

 

António Jorge Pacheco, diretor artístico da Casa da Música, reparou (como muitos de nós) que há um fenómeno que hoje acontece "com mais virulência", que é a proliferação do discurso de ódio.


A pensar nisso, na forma como combater este fenómeno, começando na unidade e sendo estendido ao coletivo, que pensou na nova programação da Casa da Música abdicando de um país para perpassar toda a linha programática e apostando num sentimento universal: o amo.


O amor "de um par amoroso, mas também o amor à pátria, amor de mãe, amores trágicos, amores ilícitos, ou, segundo a moral vigente no tempo, criminoso, até", disse, na apresentação do programa aos jornalistas.


O arranque da programação sob o signo do Amor arranca a 9 de janeiro, com o festival temático "If Music Be the Food of Love", que acontece até 23 de janeiro.


A abertura oficial do "Ano do Amor" chega pela mão da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, dirigida por Stefan Blunier, que interpretará "Salut d'Amour", de Edward Elgar, concerto duplo para violino e violoncelo, de Johannes Brahms, e "Pelléas e Mélisande", de Arnold Schoenberg, no dia 14 de janeiro.


Nota ainda para "Amor Correspondido", que chega a 23 de janeiro, com a estreia mundial da nova obra para ensemble da compositora turca Zeynep Gedizlioglu, seguido de "Skin", para soprano e ensemble, composto por Rebecca Saunders (compositora em residência na Casa da Música durante o ano de 2022) para a soprano Juliet Fraser, e "A morte e a Primavera", para dois ensembles e dois maestros, de Hèctor Parra.

 

Ciclos de programação regressam


Da programação da Casa da Música para o novo ano, destaque para "Viagem a Portugal", que apresenta a estreia mundial da nova versão de "Anamorphoses", de Pedro Amaral, a 2 de fevereiro, uma encomenda da Casa da Música e da Câmara Municipal de Matosinhos.


"Entre Silêncios", concerto para clarinete e orquestra de Luís Tinoco, e "Step Right Up", concerto para piano e orquestra de Vasco Mendonça, interpretado pela Sinfónica do Porto, sob a batuta de Bastien Stul, com Roger Muraro no piano e Horácio Ferreira no clarinete, são outros dos pontos em destaque na programação apresentada.


O ciclo À Volta do Barroco regressa, de 4 a 12 de novembro, e terá a estreia nacional de nova obra para ensemble de Justé Janulyté, encomendada pela Casa da Música, pelo Ensemble Modern e pela London Sinfonietta.


O ciclo Música e Revolução, de 22 a 24 de abril, será dedicado, em 2022, à revolução estudantil de maio de 1968.


Voltam também os ciclos Música e Mito, os Concertos de Páscoa e o Rito da Primavera, antes de, entre junho e setembro, o Verão da Casa levar a música fora de portas.


O "Ano do amor" traz também o ciclo Pares Amorosos, de 13 a 23 de setembro, com a programação a ser apresentada brevemente.


Nota ainda para os concertos de Emma Ruth Rundle, a 25 de fevereiro, Divine Comedy, a 7 de março, Rodrigo Amarante, a 18 de abril, God is An Astronaut, a 13 de maio e Einstürzende Neubaten, a 18 de maio.


Toda a programação disponível em http://casadamusica.com

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