03/12/2021

O novo espetáculo de Inês Filipe estreia no dia 10 de dezembro, no Auditório do Grupo Musical de Miragaia, no Porto. A partir da obra “A Dama do Mar”, de Henrik Ibsen, a encenadora conta a história de uma sereia que se apaixona por um marinheiro que a transforma num ser humano. Os novos desafios deste improvável amor podem ser vistos até ao dia 19 de dezembro, com sessões diárias às 21h30.

 

À primeira vista podemos achar que já vimos antes esta história no grande (e no pequeno) ecrã: uma jovem sereia que resgata um homem no meio de uma tempestade – ou do mar - e que se apaixona profundamente por ele.


Lembramo-nos, à partida, da comédia romântica “Splash”, de 1984, onde a jovem Darryl Hannah encarnava uma sereia que salvava a vida do jovem Allan Bauer, interpretado por Tom Hanks.


Apaixonada por este desconhecida, a sereia loira do filme vai até Nova Iorque, em busca de consumar esta paixão à primeira vista.


O filme, realizado por Ron Howard, tem semelhanças evidentes com a nova peça da coreógrafa Inês Filipe, que apresenta “A Morte da Sereia” como a possível continuação da obra “A Dama do Mar”, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen.



No texto original, com mais de um século de vida (foi escrito em 1988), Ibsen conta a história de Ellida, casada em segundas núpcias do médico Dr. Wangel, filha de um faroleiro e educada junto ao mar.


Após a perda do filho de ambos, ainda bebé, as relações entre o casal desaparecem, ficando Ellida mais alheada do mundo. Mas a história tem antecedentes mais remotos, até dez anos antes, quando Ellida se tinha comprometida com um marinheiro, acusado de matar o seu comandante.


O marinheiro foge, mas pede-lhe que espere por ele, assumindo um estranho poder sobre ela.


Quando o marinheiro regressa, dez anos depois, o Dr. Wangel percebe que deve dar a Ellida a liberdade para escolher entre ele e o fugitivo.

 

Novo espetáculo


Em “A Morte da Sereia”, peça que estreia a 10 de dezembro no Auditório do Grupo Musical de Miragaia, a encenadora Inês Filipe imagina como seria o “a seguir” da história original de Ibsen.


Neste espetáculo, viajamos até 1895. Num lugar sem nome, uma jovem sereia resgata um marinheiro no meio de uma tempestade, apaixonando-se profundamente por ele.


Com um beijo apenas, a barbatana transforma-se em duas pernas e fica de imediato presa a ele por um feitiço, para todo o sempre.



Luísa (a sereia que se converte em mulher) e Leonel (o marinheiro apaixonado) vêem-se confrontados com uma difícil decisão - ficar em terra ou partir para o mar. Sabem que, por muito forte que seja este amor, a sereia precisará de regressar ao seu habitat e não sobreviverá longe do mar.


Quem terá de ceder e abdicar da vida que conhecia até então?


"Este espetáculo é o resultado de um dilema que muitas mulheres vivem nos dias de hoje. Numa era em que a luta pelos direitos da mulher está na ordem do dia, parece que estamos numa fase de reciclagem dos valores que herdámos e de (re)construção dos nossos desejos, da nossa identidade", assume Inês Filipe, acrescentando que "tudo passou a ter que ser refletido de outra forma: 'Eu faço a depilação porque eu gosto de me ver assim ou pelos outros?' ou 'Eu prefiro dar prioridade à família porque esse é de facto o meu sonho, ou porque me foi imposto?'".



Com direção de Inês Filipe e apoio à dramaturgia de Luís Carvalho, este trabalho conta com a interpretação de Bernardo Sarmento, Luciana Sanhudo, Raquel de Lima, Rosário Melo e Tiago Ribeiro.


Conta ainda com cenografia de Maria Manada, figurinos de Andreia Sarmento, desenho de luz de Miguel Ângelo e desenho de som e composição musical de Bernardo Sarmento e Raquel de Lima.


A peça tem a duração de 2 horas e é para maiores de 12 anos.


Os bilhetes, a 5 euros (normal) e 3 euros (estudante), podem ser reservados através do e-mail producao@confederacao.pt.


Os bilhetes reservados devem ser levantados até 15 minutos antes do espetáculo ou adquiridos no local.


Em cumprimento das novas medidas da Direção-Geral da Saúde, será necessário apresentar certificado digital de vacinação ou de recuperação válidos ou testes PCR e/ou Antigénio negativos. Não serão admitidos autotestes.

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